Polônia promete à Ucrânia adesão à UE

Embora haja disputas históricas entre a Polônia e a Ucrânia há muito tempo, o primeiro-ministro Donald Tusk promete priorizar a adesão da Ucrânia à UE.

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A Polônia deixou clara sua intenção de priorizar a adesão da Ucrânia à UE ao assumir a presidência do Conselho da UE. Sob a liderança do primeiro-ministro Donald Tusk, o país está determinado a acelerar o processo de adesão da Ucrânia durante seu mandato de seis meses. Essa decisão destaca o compromisso contínuo da Polônia em apoiar a Ucrânia em meio ao conflito em andamento com a Rússia.

Polônia em posição de influência

Com sua presidência do Conselho da UE, a Polônia está em uma posição única para influenciar as prioridades políticas do bloco. Especialmente porque o país há muito defende a soberania e a integração da Ucrânia na Europa. Após a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022, a Polônia reforçou sua posição, oferecendo apoio humanitário e político. “Vamos acabar com o impasse que temos nessa questão. Vamos acelerar o processo de adesão”, comentou Tusk após uma reunião na Polônia com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy.

Disputas históricas entre Polônia e Ucrânia

Além dessa defesa política, a Polônia está trabalhando para resolver disputas históricas delicadas com a Ucrânia. Uma questão importante são os massacres de Volhynia, um capítulo trágico na história polonesa-ucraniana durante a Segunda Guerra Mundial. Milhares de cidadãos poloneses perderam suas vidas nesses eventos brutais, criando décadas de tensão entre a Polônia e a Ucrânia. Recentemente, os dois países chegaram a um acordo que permite a exumação das vítimas polonesas na Ucrânia. Portanto, isso marcou um passo significativo em direção à reconciliação. Em resposta, Tusk enfatizou a importância de abordar essas questões entre a Polônia e a Ucrânia de forma colaborativa. “Devemos encontrar uma linguagem e métodos de ação comuns sobre a questão do crime de Volhynian e questões sensíveis de nossa história”, enfatizou Tusk.

Adesão da Ucrânia à UE

Enquanto isso, a Ucrânia continua a progredir em seu caminho rumo à adesão à UE. Em junho de 2024, a Ucrânia iniciou oficialmente suas negociações de adesão, o que representa um marco fundamental. O presidente Volodymyr Zelenskyy viajou recentemente para Varsóvia, na Polônia, para discutir o avanço desse processo com líderes poloneses. Ambas as partes emitiram uma declaração conjunta destacando o papel da Polônia na abertura do primeiro grupo de negociação, “Fundamentals”. Eles também se comprometeram a trabalhar juntos nos capítulos de negociação subsequentes. Em dezembro de 2024, a presidente da UE, Ursula von der Leyen, observou que a UE deveria estar preparada para abrir negociações com a Ucrânia em 2025. No mesmo mês, Zelenskyy reiterou seu objetivo de abrir todos os grupos de negociação em 2025. Além disso, o comissário da UE para ampliação, Oliver Varhelyi, disse que a Ucrânia poderia fazer parte do bloco até 2029 se implementasse reformas. Também em dezembro, o presidente do Conselho Europeu, Antonio Costa, enfatizou o impacto significativo da adesão da Ucrânia à UE.

Obstáculos à adesão à UE

Apesar desses desenvolvimentos promissores, ainda há desafios. Queixas históricas, como a questão de Volhynia entre a Polônia e a Ucrânia, exigem um tratamento delicado para garantir uma cooperação duradoura. Além disso, a resistência dentro da UE poderia retardar o processo de adesão da Ucrânia. As disparidades econômicas entre a Ucrânia e os atuais estados-membros da UE representam obstáculos adicionais. As preocupações com a segurança, especialmente à luz das tensões contínuas com a Rússia, também pesarão muito no processo. No entanto, a liderança da Polônia oferece uma oportunidade de ouro para superar esses obstáculos. Por ser um país vizinho, a Polônia entende melhor do que ninguém os riscos da integração da Ucrânia. Ao combinar esforços diplomáticos com a reconciliação histórica, a Polônia provavelmente abrirá caminho para a adesão total da Ucrânia à UE. Os próximos meses serão críticos para as aspirações da Ucrânia na UE. Com a Polônia no comando do Conselho da UE, os holofotes estão voltados para o caminho a ser seguido pela Ucrânia.

Foto: Facebook/Donald Tusk